Luís Bernardo Honwana afirma que o livro é o único instrumento que serve para catapultar o desenvolvimento do país

Decorreu, ontem, às 18 horas, na Livraria Fundza, Beira, a palestra proferida pelo escritor do célebre livro Nós Matámos o Cão-Tinhoso, Luís Bernardo Honwana. O evento estava inserido na abertura oficial da 4ªedição da Feira do Livro da Beira (FLIB-2024), organizada pela Associação Kulemba, cujo lema é “Encontro entre Literatura, Direito e Religião”.

Em seu discurso, Luís Bernardo Honwana disse não existir nenhum outro instrumento, senão o livro, para que qualquer país desenvolva em diversas áreas, e que Moçambique faz parte das nações que devem abraçar o livro para encontrar a solução de vários problemas.

Ressaltou, também, que a pobreza de que tanto se fala só será mitigada ou extinguida com recurso aos livros, uma vez que é nos manuais onde se encontram as chaves necessárias para abrir as portas para a solução dos males existentes, especialmente nas áreas de educação, saúde, segurança, tecnologia, entre outras.

Adicionalmente, afirmou que esse debate deve ser levado a sério, pelo que o livro não poder ser visto, como acontece muitas vezes, como algo lúdico. Por isso, ele – Honwana – entende que já está na hora de se desenharem políticas sobre o livro.

O orador teceu vários elogios às actividades desenvolvidas pela Associação Kulemba. Por isso, segundo ele, a cidade da Beira deve ocupar, mais uma vez, o lugar de ser o centro das atenções culturais e não só. A posição desta cidade deve-se ao facto de haver espaço para debate sobre o desenvolvimento do país, no âmbito cultural, o que ajuda, em grande medida, para o despertar das consciências.

Assim como na conversa anterior, o escritor fez comentários sobre a importância das línguas autóctones moçambicanas e disse ser vergonhoso observar a existência de pessoas que sentem o complexo de inferioridade quando se comunicam nas suas linguais de origem. Para ele, Moçambique deve orgulhar-se por ter vários idiomas.

Neste evento, houve espaço para interacção com o público e assinatura de autógrafos.

Hoje, prosseguem as actividades do FLIB-2024. Por isso, às 18 horas, vai decorrer, no Centro Cultural Português na Beira, o debate sobre os temas: “Relação entre Literatura, Direito e Religião” e “Inventário da Memória”.

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